Rio de Janeiro, manifestação do dia 17 de junho de 2013
Indignação e Mudança
Temos testemunhado surgir um movimento de reinvindicação em massa.
Surpreendi-me com a manifestação e com alegria percebi que a indignação deixou de ser a conversa entre chopes nos bares, onde reformadores, por vezes muito irados, palestravam nas mesas entre pizzas fatiadas e bolinhos azeitados, com potentes projetos, mas sem nenhum ato concreto, sem atitude alguma relacionada às ideias desenvolvidas.
As querelas nos bares, nos restaurantes, nas reuniões de fim de semana agora saíram das malemolências brasileiras, onde tudo se aceitava e que se tornava no máximo esquete de quadro humorístico, mas sem ativismo algum produtivo.
As passeatas me reportaram a um texto de Freud que discorre sobre a formação dos laços sociais através das identificações comuns. Como se a união em torno de um princípio de identificação comum formasse o totem coletivo. Todos juntos para deixar emergir no mundo real a força das ideias.
Como uma bola de neve um grupo despertou outro, outro e outro de modo a perfazer o coletivo manifesto.
Isso tudo me lembrou do processo de transformação individual de uma pessoa diante do sofrimento. Enquanto ela apenas indignada reclama, apenas põe a raiva sob o desabafo, permanece inativa sem se constituir como um agente capaz de assumir a responsabilidade por si mesma.
O manifesto atual nos propicia a lição para a nossa vida pessoal. Ao observarmos a transformação da indignação em consciência dos direitos para a partir dela começar a realizar a manifestação interna, capaz de eliminar o traço inimigo, opressor de si mesma que a expõe a passividade diante de si, do destino e dos outros.
Na vida individual a mudança deixa de ser realizada enquanto a pessoa não estabelece o compromisso com as interdições necessárias às transformações.
Como disse Lacan há momentos na vida que necessitamos liberar o “Pensamento Mágico” e acrescento ainda que deve associá-lo ao esforço concentrado da Razão Humana Intencional.
Um país pode ser utilizado como símbolo de reflexão para o nosso mundo pessoal.
A passividade e a submissão despertam o carrasco e legitima a impunidade, pois nessas formas passivas e enfraquecidas as leis se diluem e desaguam. Na vida pessoal se faz semelhante: Se não somos os mantenedores de nossa ordem e nosso progresso o caos se estabelece.
No meio dos movimentos de equilíbrio pacíficos surgiram os vândalos, depredadores e representantes na sociedade das psicoses coletivas.
Esses predadores sociais e urbanos localizados nas camadas inferiores da pirâmide social são reflexos de outros depredadores das camadas superiores da pirâmide hierárquica.
Os representantes das leis se tornam as leis da ordem psicótica onde tudo pode, pois o outro deixa de existir. Aqui podemos colocar mais uma ideia freudiana para explicar que as manifestações comportamentais são suscitadas pela interação de uma pessoa com outras pessoas ou pela mera expectativa dessa interação... Portanto, num mimetismo se faz embaixo o que no “paraíso celestial” está projetado como modelo: Depreda-se o que deveria ser mantido, melhorado ou construído. Dessa forma se realiza o “Espelhamento das Psicoses”.
Você quer melhorar a sua vida psicológica?
Você quer sair do seu prejuízo emocional cotidiano?
Aprenda com esses jovens reivindicadores, os pacíficos, porém sadios e potentes demandadores de mudança.
Baudelaire disse: “Não se destrói realmente a não ser o que se substitui”.
Portanto substitua sua indignação de mesa de bar, de querelas sociais de tristezas para uma passeata interna.
Desenvolva a capacidade de governar a própria existência com intenção e inserção na construção de uma economia psíquica de alto nível.
O importante é que se aprenda com esta juventude sobre o manifesto para reduzir a inflação de egoísmo, os valores de vida frágeis e sobre a desorganização cotidiana.
Como afirmou Helena Celestino na coluna de Domingo do Jornal O Globo edição do dia 23 de junho “Pequenos protestos viraram movimento de massa na Inglaterra, França, Suécia e Turquia. Desemprego, crise econômica, conflitos étnicos... Agora chegou a vez do Brasil: a garotada botou o povo na rua e o mundo está perplexo. Por que o país campeão do otimismo, bom de futebol e de música, depois de uma década de crescimento... está com tanta raiva? As respostas que todos já deram violência policial... corrupção, impostos de Primeiro Mundo com serviços de quinta, atenção zero a educação...”
Semelhante aos sofrimentos sem mando, ao se deixar ser sequestrado pelos destinos, você se oferece ao desatino de uma destinação a deriva. Uma pessoa desatenta de si mesma é como um país sem Olho Vivo. Torna-se refém do acaso, do destrato, da perversidade e do egoísmo. Sem vigilância o ruim não pede licença para chegar. O ruim perde a cerimônia.
Isso mesmo... Indignação e Atitude.
Tudo é uma questão de decisão.
Na vida emocional, pessoal, econômica e política, o que fazer?
Olho Vivo na sua Ordem e no seu Progresso.
Pessoa desatenta é Out...
Portanto: Indignação e Mudança.
Mude também o seu país interior.
Ordem e Progresso!
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